quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

a coisa II

há muito que se escrever sobre as coisas
pois todas as coisas são coisas, sem deixar de ser o que são..

as pessoas são coisas,
as palavras são coisas,
as coisas que acontecem ao longo do tempo são coisas

sem deixar de ser
pessoas,
palavaras,
aconceteciemntos
tempos
e coisas...

as coisas são a síntese das coisas que tornam o mundo que também é coisa , numa coisa complexa..
mas coisa , a coisa em si , é simples.

a coisa

a Coisa...
Ela tem um par, sabia? o Coiso
E ela pode ser conjugada... coisado, coisou... No presente , no preterido mais que perfeito e no imperfeito também
No gerúndio
coisando as coisas
Ou ainda..
Coisas, mais de uma!
Situação
Coisuda! coisudo
Coisado... ai não deu certo mesmo !
Ela varia de tempo, forma, conteúdo, gênero ,número, grau . A coisa toda é bem complicada, embora simples seja a,Coisa.
Que coisa!



*não tenho dúvidas que somente uma pessoa entendará essa coisa toda srsrsr"

sábado, 19 de julho de 2008

cidades-migração-cidades











Foto: Sebastião Salgado, 1998, Tijuana, México

Cidades não morrem
as pessoas que moram nas cidades
é que morrem.
Cidades não morrem
as pessoas é que matam as cidades
aos pouquinhos dentro de sí
Quando migram

domingo, 13 de julho de 2008

E Quando É

E quando a vida parece um quebra-cabeça montado errado.

e quando o inverno é todo o cinza

e quando o verão é um calor infernal

e quando lutar é perder as forças

e quando acreditar é alienar-se

É quando a vida parece um quebra-cabeça montado errado.

sábado, 21 de junho de 2008

as palavras falam

Metonímia
Pleonasmo
Hipérbole

Metáfora
Anamorfose cartográfica
Correção gramatical

Adjunto Adverbial de tempo
Adjunto Adnominal

Verbo transitivo indireto
Verbo transitivo direto
Verbo intransitivo
Verbo de ligação

Análise sintática

Sintaxe
Coerência
Coesão

Dissertação
Narração
Conto
Tese


Bombril
Gillete
Xerox


Hipérbole.

Adjetivo
Pronome
Possessivos
Objeto transitivo indireto
Sujeito

Predicado
Predicativo do sujeito

Subordinado
Sujeito oculto
Sujeito indeterminado
Sujeira-debaixo-do-tapete
Sujeira-na-televisão

domingo, 15 de junho de 2008

, . ? ! –

, . ? ! –

A vírgula pode ser uma pausa
O ponto, um final
A interrogação, uma pergunta
A exclamação, um espanto
O travessão, uma fala
Mas, não
A vírgula, o ponto, a interrogação, a exclamação, o travessão
Não são
Pausa, pergunta, espanto e fala
São
Sinais.
, . ? ! –

sábado, 14 de junho de 2008

relações comerciais

Exportado



Ele esta fora
Fora da tomada
Esta desligado
Da fonte, do amor.
Desligado ele - esta
Por ti, em ti, contigo.
Ele gostaria de estar

Quando as rosas não mais são belas
Quando os raios, não mais.
Cortam o céu
O firmamento já não é mais azul e estrelado
Ele não se importa, esta desligado.
Já não se importa
Importante
Importado
Importantíssimo
Não, não, não mais se importa.
Vive num só estado
Não é mais exportado
Mero produto de exportação
Parado
Nacional não mais importado.

fome

foto: Sebastião Salgado; O mundo da maioria Mali
Estado de coma

C o m o.....c o m o.....c o m o
N ã o c o m o n ã o
c o m o
C o m a
n ã o c o m a n ã o
C o m a ........ c o m a .......c o m a

contra o ser

Mata,morre,cresce,caça,cresce,caça mata ,morre

E você, que é ser “pensante”.
E orgulhoso por sua condição
De ser o “tal”, aquele
A que nunca se diz não
Você que fede quando sua
E desnutre quando chora
Que carnificina, causa
Quando sua supremacia
Quer provar
Você que quando morre sangra
Ferroso sangue
Que quando mata

Que o sangue escorre
A carne apodrece
A terra consome
O tempo endurece
O coração de ferro
Sangrento ferro
Denso, que
Não perdoa
Não ama
Não quer bem
Que só o poder acalma
Você que produz, gera.
Mata
Maltrata
Você que se diz ser
Pensante, e se “gaba” por isso.
Você que quando se deita
Teme
À noite
A escuridão
E ver-se tão
Só, tão pequeno,
Incapaz, improvável!
Improvável ser o ser notável, capaz que
Ora creias ser...

A crise do ser na era da máquina

Não sou um robô
Não sou uma máquina
Sou um corpo e uma alma
E quero que me tratem como tal
Como gente, que sou
Penso, sinto e érro
Sou gente comum, como toda a
Gente que conheço

recursos alheios

O ouro


Era o ouro que o tolo creia ter
Ter o ouro para o tolo era crer
Crer ter o ouro para o tolo como ser


Crer em ter e ser, era como deixar de ser tolo
Eis que o ouro não era dele
E ele tão pouco era tolo
Era, esperto até de mais
Pois o ouro que o tolo creia ter
Era o ouro
Todo o ouro do povo...


foto: Sebastião Salgado / Exploração em mina na Serra Pelada Brasil 1986

não sonho

O homem, que não sonha: não é homem.
O corpo do homem que diz não ter sonhos
Não é corpo
É apenas suporte, para um pote
Vazio, para um vazo de terra morta.
Na qual nada, nada brota.
O homem que não sonha, não vive.
E nem vegeta
O homem que não sonha, não existe.
Pois não insiste...

instantes

E foi por um instante, como se eu estivesse, fora de mim, e visse eu fora de mim, e era estranho... Estranho eu estar por alguns instantes fora de mim... E ali naquele instante eu pude ver minha vida de outro ângulo, por um ângulo que nunca vi...



Instantes
In s tante
Tente ins
Sin etnet
Instantes se vão
Instantaneamente a vida se vai


Si vai.............

Aos seres

foto: Sebastião Salgado / Kwait ,1991



Matéria humana


Aquela pilha de corpos
Eu caminhava por entre eles, o mau
Cheiro e as moscas, e eu ainda
Vivo, eu havia restado.

Por que não dizer, eu havia vencido!

Corpos mortos na estrada!

Sei que suas almas, ainda falavam...
Choravam por suas filhas esposas e mães
Desamparadas nas cidades, longe dali.

E eu ainda vi corpos na estrada quando sai .
Meu país vencerá, eu para casa voltaria
Voltar!

Eu?

Eu meu corpo, matéria
Não eu alma, espírito, idéia
Eu ser
Não eu
Humano

Aos Artistas

O quadro ser


Escrever é como pintar
Pintar é como cantar
Cantar é como ler
Ler é como pensar
Pensar: os pensamentos dos outros
Antes já pensados
Pré-regrados, ditados
Impostos, autorizados
E tudo isso é como ser
O ser pensante que somos
Ou que pensamos
Acreditar que somos
Você é uma pintura
Que lê cantando
Canta escrevendo
Pensa lendo
E a cada dia a pintura
É diferente
Porque você é assim!!!
E as cores das tintas
nunca são as mesmas
porque os dias são assim
um de cada
cor, sabor e som.....

Um olhar de geográfo à poesia do centro de São Paulo.

foto: Camila Mafra / Centro de São Paulo visto do alto do Edifício Martinelli.

O som do Centro

Carros ultrapassam o sinal vermelho
Pessoas se atropelam nas calçadas
Corre, corre que não pára
Dia, noite vem e passa
Corre, empurra ata desata o tênis sport
Do office-boy apressado
corre, dói aperta o pé da recepcionista agitada
corre,corre desce sobe escada
sobe, desce ascensorista
vai e vem o motorista do ônibus
lotado, lento
e o operador do metro,
vem e vão os pensamentos
os preconceitos
os acontecimentos
vão , vem
São e deixam de ser
O sonho do pequeno, de crescer.
E do grande de ser maior
Vem e vão , impunidade
Crueldade, perversidade.
Na Cidade que não pára
Economiza energia elétrica
Mas não para de piscar
Economiza água
Mas não deixa de alagar
Corre, corre, nada.
E não pára
Produz e não recicla
Corre, corre e não pára.
Reconhece
Mas não pune
Ver
Mas cala-se
Corre, corre...
Foge.
E não faz nada...






texto de 2002, quando caminhava pelas ruas do Centro de São Paulo.