
O som do Centro
Carros ultrapassam o sinal vermelho
Pessoas se atropelam nas calçadas
Corre, corre que não pára
Dia, noite vem e passa
Corre, empurra ata desata o tênis sport
Do office-boy apressado
corre, dói aperta o pé da recepcionista agitada
corre,corre desce sobe escada
sobe, desce ascensorista
vai e vem o motorista do ônibus
lotado, lento
e o operador do metro,
vem e vão os pensamentos
os preconceitos
os acontecimentos
vão , vem
São e deixam de ser
O sonho do pequeno, de crescer.
E do grande de ser maior
Vem e vão , impunidade
Crueldade, perversidade.
Na Cidade que não pára
Economiza energia elétrica
Mas não para de piscar
Economiza água
Mas não deixa de alagar
Corre, corre, nada.
E não pára
Produz e não recicla
Corre, corre e não pára.
Reconhece
Mas não pune
Ver
Mas cala-se
Corre, corre...
Foge.
E não faz nada...
texto de 2002, quando caminhava pelas ruas do Centro de São Paulo.
2 comentários:
Que tal "decorar" com uma das belas fotos do centro???
Bjos
Cá
Poxa, até parece um pouco de minha nova rotina este ano.
Mal temos tempo para reflexões e isso me incomoda bastante.
Parabéns pelo poema!!!
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